A Carina Rosa, autora de 'O Intruso' (livro publicado pela Chiado Editora) e do 'As gotas de um beijo' (Disponível em Novembro pela Alfarroba) aceitou partilhar umas confidências com o Blog Café com Livros 21... aqui fica a sua entrevista com um cheirinho a café...
Carina, o que nos podes dizer sobre ti?
Pergunta difícil. Sou muito tímida e reservada e posso dizer que poucos me conhecem verdadeiramente. Só me abro a quem me consegue ler para além da capa e não é uma tarefa fácil. Sou um pouco complicada e talvez séria demais, penso muito na vida e vivo sempre lá em cima, no sonho e com a cabeça nas nuvens, embora seja muito competitiva e exigente comigo mesma, organizada e atenta naquilo que é importante para mim. Há muita coisa que não gosto e que exige, geralmente, copos, cigarros, saídas à noite e multidões. Sou muito caseira e gosto da minha solidão. Gosto de ficar no meu cantinho, eu e os meus personagens, eu e as minhas histórias. Sou muito calada perante aqueles com quem não tenho afinidades, e muito faladora, quando encontro almas gémeas como aquelas que tenho encontrado desde o lançamento do Intruso, bloggers, leitores-beta e escritores que vivem no mesmo mundo que eu e com quem tenho estabelecido relações muito próximas, embora virtuais. Tenho descoberto pessoas fantásticas e é a prova de que não precisamos de estar próximos de alguém para nos sentirmos bem e integrados. Sempre me senti de certa forma desintegrada entre a maioria, uma estranha aos olhos de muitos, uma pessoa especial aos olhos de outros. Mas há também muita coisa de que gosto. Adoro ouvir música, dançar e fazer ginástica. A veia artística faz parte de mim em todos os sentidos. Pratiquei ginástica de competição e cheguei a integrar a Selecção Nacional de Trampolins e Desportos Acrobáticos e hoje em dia dou aulas de formação. A escrita é o extravasar de sentimentos que vão dentro de mim e que eu sinto necessidade de passar para o papel, desde que me lembro de aprender a ler. Adoro livros, especialmente se for um bom romance, e adoro o Verão e a praia, sentir a areia nos pés e a água fria do mar. É para mim uma visão do paraíso extremamente inspiradora. Gosto do sol, quando estou alegre, gosto da chuva, quando estou triste. Gosto dos meus amigos e da minha família, gosto de viajar, de cinema e de teatro e...gosto de viver, no fundo.
Como ou quando reparaste que gostavas de escrever ou que a
escrita fazia sentido para ti?
Desde muito nova. A minha mãe sempre me comprou muitos
livros e eu tornei-me uma viciada na literatura, primeiro com os livros da
Anita e de Uma Aventura, depois com bons romances contemporâneos. Sempre tive
muito jeito para as letras e sempre gostei de exprimir os meus sentimentos
através de palavras. Nunca me achei uma verdadeira poetisa, mas muitos me dizem
que a minha escrita é poética e começo a concordar com essa teoria. Costumava
escrever poemas, em adolescente, sobre aqueles grandes amores perdidos e
encontrados. Agora escrevo sobre as vidas e as histórias dos outros, alguns
conheço e crio-lhes histórias, outros desconheço, observo e a ficção surge.
Gosto de escrever particularmente sobre sentimentos e tenho em mim um lado
negro que foge muito para o drama. No entanto, tenho vindo cada vez mais a
suavizar isso e a tornar os meus romances bonitos e profundos, como eu gosto,
carregados de sentimentalismo e de amor. À medida que vou escrevendo e
evoluindo, tenho vindo a encontrar-me cada vez mais e a descobrir aquilo que
quero mesmo fazer.
Quais os teus géneros literários favoritos?
Gosto de romances contemporâneos, históricos e, mais
recentemente, do género sobrenatural, pelo qual me apaixonei desde que li
«Nómada», de Stephenie Meyer. O sobrenatural nunca foi a minha onda, mas posso
adorá-lo, se for bem feito.
Costumas inspirar-te em quê, quando escreves?
Na música e, em oposição, no silêncio. Digo sempre que um
mundo com música é muito mais bonito. A música apela a todas as nossas emoções
e inspira-me imenso. Por outro lado, gosto do silêncio para pensar com clareza,
nem que seja de madrugada, a olhar para o tecto do meu quarto. A praia
inspira-me, porque é para mim o mais próximo do paraíso, e as pessoas também.
Gosto de observá-las e de ver o mundo para lá do meu. É impressionante como
encontramos nos outros sempre histórias maravilhosas para contar.
Algum escritor/a ou autor/a que identifiques como ídolo?
Ai, tantos...Tenho descoberto escritores maravilhosos.
Nicholas Sparks, Nora Roberts, Emma Wildes, Natasha Solomons, Stephenie Meyer,
Paulinna Simons, Lesley Pearse e Jojo Moyes são apenas alguns. Entre os
portugueses, impressionaram-me pela positiva a Célia Loureiro, Carla M. Soares
e Liliana Lavado, entre o contemporâneo, o histórico e o sobrenatural.
O teu primeiro livro, O Intruso, foi publicado pela Chiado
Editora, no entanto o teu próximo livro será pela Alfarroba. Porquê a mudança?
Porque entre as opções que tinha, a Alfarroba deu-me
melhores condições e porque eu gosto de abrir horizontes e experimentar coisas
novas. Entrar numa nova casa é uma nova experiência que eu quero abraçar e ver
como corre.
Além d’ O Intruso e deste novo romance: ‘As gotas de um
beijo’ tencionas publicar mais algum? Tens ou estás envolvida em mais algum
projecto de escrita? Podes adiantar alguma coisa?
Sim, tenho um terceiro romance pronto, que está neste
momento em processo de revisão-beta. O título provisório é «Anjo do Diabo» e
posso dizer que é uma história forte, que me encheu as medidas. Fala de uma
mulher casada, mas insatisfeita e infeliz, com um passado negro. É uma história
que fala da paixão e do amor, das mudanças numa mulher ao longo da vida e da
importância entre momentos e estabilidade. É uma obra que fala do poder da
família e do amor e do significado da felicidade, que às vezes pode ser
encontrada onde menos se espera. Fala sobre pecados e sobre perdão, sobre
agressões e descriminação e eu confesso que adorei escrevê-lo. Gostaria de o
ver publicado no próximo ano. Entretanto tenho estado a trabalhar num género
que é para mim uma estreia, um romance policial, «O Escultor», que estou a
reescrever pela terceira vez. É a história mais complexa que já escrevi, por
exigir muita investigação a nível policial e tantos personagens importantes,
mas estou a gostar cada vez mais dele e espero apaixonar-me completamente.
Se fosses um livro, qual serias? O Grande amor da minha vida,
de Paulinna Simons
Uma cor? Vermelho
Um animal? Cão
Um fruto? Morango
Filme preferido? Titanic
Música
Preferida? Read all about it, de Emeli Sandé
Deixa uma mensagem aos teus fãs e futuros leitores.
Quero agradecer aos leitores que apostaram em mim, sendo «O
Intruso» um primeiro livro de uma autora desconhecida, e que me levaram a
esgotar o stock de exemplares. Agradeço por terem confiado no meu trabalho e só
me posso sentir feliz pelo facto de a maioria ter apreciado, principalmente por
ser uma primeira obra. Aos futuros leitores, peço que voltem a confiar e
prometo trabalhar sempre para fazer mais e melhor. Aproveitem para ler «O
Intruso» e não percam «As Gotas de um Beijo», disponível a partir de Novembro.
Prometo um romance arrebatador, cheio de reviravoltas e sentimentos.
Onde te podemos encontrar? E ao teu livro?
«O Intruso» pode ser encontrado em algumas livrarias e superfícies comerciais e também pode ser encomendado em qualquer balcão Fnac
e Sonae ou loja Book.it. Online, está disponível no site da Chiado Editora, na Wook e
na Bertrand Online.
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